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Trump corta verbas da ciência e põe em risco o futuro do planeta


Ao completar 100 dias de governo em seu segundo mandato, o presidente dos EUA, Donald Trump, deixou um rastro de retrocessos que impactaram duramente o financiamento e a estrutura da pesquisa científica no país. O período foi marcado pela demissão de milhares de cientistas, paralisação de grande parte dos projetos de pesquisa e interrupção de inúmeros ensaios clínicos.

Um artigo publicado recentemente na revista Nature afirma que “Em apenas três meses de seu segundo mandato, o presidente dos EUA, Donald Trump, desestabilizou oito décadas de apoio governamental à ciência”. Além de ameaçar cortar bilhões em financiamento de universidades de pesquisa, o chefe do executivo cancelou mais mil bolsas em áreas sensíveis como mudanças climáticas, câncer, doença de Alzheimer e prevenção do HIV.

Os cortes do governo Trump foram cirúrgicos, congelando os orçamentos das agências federais responsáveis pelo repasse dos recursos orçamentários aprovados pelo Congresso americano, entre elas os Institutos Nacionais de Saúde, a Fundação Nacional de Ciências, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e a NASA.

Por que o governo Trump está cortando o financiamento à pesquisa científica?

Projeto de US$ 3,5 bilhões, o Telescópio Espacial Nancy Grade Roman corre o risco de não ir para o espaço. (Fonte: NASA/GSFC/SVS/Divulgação)

Embora reconhecida mundialmente por combater doenças, impulsionar a competitividade global e atrair talentos internacionais, a ciência norte-americana iniciou 2025 em uma encruzilhada. O próspero sistema de patrocínio, que direciona recursos aprovados pelo legislativo para universidades, laboratórios e institutos nacionais, sofreu cortes abruptos e suspensão de verbas.  

Sob uma administração que prioriza resultados rápidos e visibilidade política, parece não haver paciência para o tempo demandado pelo progresso científico que, muitas vezes, avança por meio de ciclos repetidos de experimentação, análise e refinamento. Contudo, “É como uma máquina — você coloca um dólar nela e recebe US$ 5 de volta”, afirma o economista Benjamin Jones, da Universidade Northwestern, ao The New York Times.  

Alheia a isso, e também ao retorno social “incrivelmente alto que já praticamos muito pouco”, diz Jones, a administração atual está “fechando as torneiras” para algumas pesquisas fundamentais em AIDS, câncer infantil e física solar. Entre os milhares de demitidos, estão meteorologistas e especialistas em pandemias. Projetos bilionários, como o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, correm o risco de ficar paralisados. 

Trump quer mudar o próprio conceito de ciência?

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Por trás dos cortes, há uma intenção do governo Trump em desqualificar a ciência. (Fonte: NASA grants: Casey Dreier; NIH/NSF grants: Noam Ross and Scott Delaney/Divulgação)

Por trás dos cortes de custos e uma suposta eficiência institucional, há uma preocupação do governo Trump em redefinir os critérios que determinam o que é considerado conhecimento científico válido. Em vez de seguir padrões, como método científico, revisão por pares e replicabilidade, a ideia é que a ciência produza conclusões que se alinhem à agenda política no poder, como a já desacreditada pesquisa que tentou vincular vacinas e autismo.  

Enquanto órgãos federais suspendem pesquisas sobre fake news, dados científicos “indesejados”, como registros públicos sobre qualidade do ar, terremotos e geologia marinha, são sumariamente deletados. Não se trata de bizarrice, mas de uma estratégia deliberada para esconder conhecimentos que demandariam ações que o governo Trump não quer tomar. Ou seja, sem evidências científicas disponíveis, não há pressão pública por ação.

O esforço para desacreditar a ciência envolve ataques aos próprios cientistas, frequentemente rotulados como membros de uma “elite gerencial iluminada”. Nessa campanha difamatória, até mesmo as agências governamentais são descritas como controladas por “pessoas bem pagas e irresponsáveis”. Ao alimentar essa retórica populista anti-intelectual, Trump relativiza os fatos. “E, uma vez que nada é verdade” — diz o The New York Times — “tudo pode ser verdade”. 

O que você acha do uso político da desinformação e da relativização das verdades científicas? Comente nas redes sociais, compartilhe esta matéria, e apoie as instituições científicas. Para não ser silenciada, a verdade precisa ser divulgada. E, por falar em verdades científicas, saiba como será o clima do Brasil nas próximas décadas.
 



Tecmundo

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