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Testamos: Asus Zenbook A14 é mais leve que o MacBook Air e tem o Snapdragon X


A Asus vem fazendo apostas bem interessantes nessa nova geração de notebooks com inteligência artificial. O novo modelo deles aqui no Brasil é o Zenbook A14, que traz características da linha premium para um modelo ainda mais portátil.

Eu vi esse notebook no comecinho do ano, lá na CES, e duas coisas me chamaram a atenção: uma delas é o peso, que fica em 980 gramas, e a outra foi o novo processador Snapdragon X, uma versão de entrada que fica abaixo do X Plus e do X Elite.

O Zenbook A14 tem foco em mobilidade, é claro, mas com uma boa autonomia de bateria e desempenho bacana por ser Arm. Esse é o típico notebook para usar em viagens ou na rua.

Design muito leve

O novo Zenbook A14 é, talvez, o notebook Arm mais leve que eu já testei até agora. Ele pesa menos de um kg e traz aquele material Ceraluminum, que consiste em uma liga de alumínio, magnésio e cerâmica. A gente já viu esse mesmo material no Zenbook S14 e S15. E ele também é muito fino, são cerca de 1,59 cm de espessura.

Esse material tem acabamento fosco e até lembra um pouquinho o plástico. Ele também não costuma ficar tão frio quanto o alumínio, mas esse definitivamente não deixa de ser um notebook muito bem construído e robusto.

A Asus mexeu em algumas coisas para deixar ele mais leve. Esse material, por exemplo, já é mais leve que o alumínio e está em quase todo o corpo — com exceção da moldura ao redor da tela e do touchpad. E as ventoinhas dele são em alumínio, que também são um pouco mais leves.

A Asus também promete durabilidade aqui. A empresa até diz que se o notebook cair no chão por um acidente, o usuário não vai precisar se preocupar. Ele tem certificado militar de resistência e ainda promete não desgastar o material do corpo, além de ser resistente a arranhões e manchas.

Asus aposta novamente no ceraluminum como peça-chave no design dos produtos (Imagem: TecMundo)

Eu não notei nenhuma marca do tipo nessas últimas semanas, mas esse é o tipo de coisa que costuma ficar mais evidente após alguns meses de uso. Gosto que o design dele tem detalhes sutis, como os cantos arredondados. E ele é bem discreto: até o logo “Asus Zenbook” da tampa tem a mesma cor bege do notebook, só que com visual espelhado.

A construção dele é praticamente em uma única peça. Nesse modelo, a Asus também traz a dobradiça EasyLift, que deixa bem fácil abrir a tampa por completo. A tampa dele fica bem firme em vários ângulos, mas quando usei ele no colo dentro de carros, notei que ela tende a ir abrindo aos poucos.

O A14 também traz apenas o leitor facial que é bem rápido e prático. Mas, pessoalmente, eu ainda sinto falta de um leitor de digitais pela praticidade. Eu perguntei para a empresa se não seria vantajoso ter as duas opções nesse modelo, e a Asus disse que isso é algo a se considerar para o futuro. Eu até gostaria que ele pudesse ficar no logo que está acima do teclado.

O Zenbook A14 também tem uma quantidade diversa de portas. Ele traz uma HDMI 2.1, duas USB-C 4 e uma P2 para fones e microfones, tudo no lado esquerdo. No lado direito, que é geralmente onde usamos o mouse, ele traz somente uma USB-A 3.2.

Conectores do Asus Zenbook A14
Pouca conectividade pode comprometer quem gosta de muitas entradas nos notebooks (Imagem: TecMundo)

Vale notar que as duas USB-C atingem até 40 Gbps de transferência de dados e podem ser usadas também como DisplayPort.

Teclado e touchpad

Achei o teclado do Zenbook A14 até mais confortável que o do Zenbook S 14. As teclas têm um tamanho ergonômico e espaçamento de 1,3 mm, facilitando a digitação e não deixa tudo tão espremido. E ele também tem aqueles clássicos atalhos nas teclas superiores “F”.

Um destaque aqui é a retroiluminação do teclado, que é branca. Ela fica dividida em três níveis bem equilibrados e não incomoda. Mas o touchpad dele também merece atenção. Ele tem superfície em vidro e cerca de 11 centímetros de largura por 7 centímetros de altura. É um tamanho confortável e ele fica centralizado, o que para mim é algo positivo.

Assim como em outros modelos, a Asus inclui gestos no touchpad que você, caso queira, pode desativar. Ele deixa você usar gestos para aumentar brilho e volume, e até avançar ou retroceder vídeos só deslizando o dedo nos cantos do touchpad.

Teclado iluminado do Asus Zenbook A14
O Asus Zenbook A14 já tem a tecla do Copilot embutida no teclado (Imagem: TecMundo)

Tela e som

Além da construção premium, a Asus também adicionou uma boa tela no Zenbook A14. Como o foco dele é a mobilidade, o painel OLED tem 14 polegadas de tamanho e resolução Full HD+. Já a taxa de atualização bate no padrão de 60 Hz, diferente do S 14 que chega em 120 Hz.

Ele tem um baixíssimo tempo de resposta, cobre 100% da gama DCI-P3 e traz uma série de ajustes para você calibrar como quer enxergar as cores. O brilho tem um pico de 600 nits que é bacana para essa faixa. Mas como a tela não tem acabamento antirreflexo, pode ser um pouco incômodo usar ele em lugares abertos ou perto de janelas.

Essa também é uma tela com molduras bem finas ao redor, cobrindo 90% da proporção tela para corpo. Um detalhe a se notar é que ele tem um bom nível de inclinação, mas que não chega a 90 graus.

No geral, eu achei que essa é uma tela muito boa. Ela tem alta fidelidade de cores, o OLED garante tons bem profundos e ela também traz funções que reduzem a emissão de luz azul. É uma tela com pouquíssimos pontos baixos, mas que poderia, sim, ter uma taxa maior de atualização.

Display do Zenbook A14
Asus não costuma decepcionar na tela de seus notebooks premium (Imagem: TecMundo)

Eu também acredito que a falta de um acabamento antirreflexo fez falta nesse modelo, ainda mais considerando que ele é um produto com foco em mobilidade. A ideia é usá-lo em praticamente todos os lugares, então esse teria sido um diferencial importante, na minha opinião.

Ele também conta com alto-falantes duplos e que ficam apontados para a parte inferior do notebook. O volume não é exatamente muito alto, mas o áudio é equilibrado e não fica estridente. Ele tem imersão suficiente para você consumir conteúdo, mas saiba que os graves são bem modestos.

Aqui eu também acho bacana citar o uso da webcam do notebook. Ela tem resolução Full HD e se apoia nas funcionalidades de IA para melhorar a qualidade. Ou seja, é uma webcam bem simples e que em cenários com menos iluminação não se traduz em uma ótima qualidade.

Desempenho: novo Snapdragon X

O Zenbook A14 estreia um novo chipset da Qualcomm, o Snapdragon X. Ele fica abaixo dos Snapdragon X Plus e X Elite, e segundo a empresa, vem para PCs na faixa dos US$ 600. A Qualcomm até cita que ele é mais ideal para estudantes, para quem busca um notebook para trabalho e também para quem quer dar uma certa economizada.

Selo Qualcomm Snapdragon no Zenbook A14
Modelos Snapdragon tem apostado muito em produtividade (Imagem: TecMundo)

O A14 que vem para o Brasil traz o modelo X1-26-100 do Snapdragon X. São 8 núcleos com clock de 2,97 GHz, 8 threads e uma NPU de 45 TOPS, a mesma de todos os outros Snapdragon para PCs. Já a GPU dele é a Adreno com 1,7 TFLOPS. O TDP desse processador é de 28 watts, enquanto o clock da GPU fica fixo em 1,1 MHz.

O modelo que a Asus lança aqui no Brasil tem 32 GB de RAM e 1 TB de armazenamento em SSD, que é o único componente que pode ser substituído. Inclusive, nos testes de memória que fiz, o SSD se mostrou bastante estável e rápido.

Um ponto que precisa ser ressaltado é que o A14 tem um desempenho bom, além de operar muito bem resfriado — em uso regular, dificilmente ele chega a 40 °C. Eu quase não ouvi as ventoinhas duplas trabalhando, mesmo operando com cargas mais pesadas e usando o modo de desempenho do PC.

Esse é o típico notebook que você consegue usar tranquilamente no trabalho. No app MyAsus você pode definir a potência dele, que vai do modo “Sussurro” até o “Velocidade máxima” — eles se diferenciam na potência geral do sistema e na velocidade das ventoinhas.

Se você costuma usar alguns apps ao mesmo tempo, precisa abrir uma infinidade de abas no seu navegador e afins, eu recomendo usar o modo de performance ou de velocidade máxima. Se você tem um uso mais flexível, eu diria para deixar no modo padrão. Mas, se por acaso você precisa do notebook para fazer coisas mais simples e quer economizar a energia, o modo “sussurro” é bem competente para essas atividades.

Um detalhe importante é que o desempenho geral dele costuma ser praticamente o mesmo se você estiver usando o notebook só com a bateria ou conectado à energia. Isso fica bem claro nos testes de benchmark, onde o resultado acaba se diferenciando muito pouco.

Benchmark no Zenbook A14
O Zenbook A14 definitivamente não é um notebook para games (Imagem: TecMundo)

Nos benchmarks, ele não tende a mostrar resultados muito expressivos e tem um desempenho bom multi-thread. Mas, no geral, a máquina é estável e responsiva. 
Eu não notei nenhum tipo de travamento real, mesmo usando o modo “sussurro”. Mas, se você comparar com um Snapdragon X Plus, com o X Elite ou com o Intel Core Ultra, por exemplo, o novo Snapdragon X de base fica atrás nesse ponto.

Já a GPU dele é mais básica e, inclusive, é a mesma encontrada no Snapdragon X Plus de entrada, o modelo X1P-42-100. Ou seja, esse definitivamente não é um notebook para jogos. Para um uso mais geral, como reproduzir vídeos em alta resolução, ele não terá nenhum problema.

A vantagem aqui é equilibrar o desempenho com uma boa autonomia de bateria — que vamos falar daqui a pouquinho. Mas, por outro lado, os processadores Arm ainda têm alguma incompatibilidade com apps, então é sempre bom checar isso antes de trocar de máquina.

Os computadores que fazem parte do Copilot+ PC também têm recursos de IA. Eles ficam divididos em funções para criação de conteúdo e geração de imagens, permitem aumentar a resolução de fotografias e trazem efeitos de vídeo para videochamadas. Você também encontra legendas em tempo real e uma pesquisa aprimorada.

Zenbook A14 em produtividade
Notebooks com IA podem auxiliar em tarefas de edição simples (Imagem: TecMundo)

Mas, honestamente falando, o Windows ainda parece dar passos mais curtos nessa disponibilidade de recursos de IA. Tanto que algumas funções são baseadas em assinaturas da Microsoft, e o Recall continua em fase beta.

Mas eu confesso que algumas são bem úteis. A função de reduzir o ruído do áudio é bacana, e para uma edição rápida de imagem ele também é eficiente.

Bateria

A bateria do Zenbook A14 é outro ponto de destaque. Ele tem 70Wh de capacidade e um carregador de 65 watts, algo bem próximo do Zenbook S 14. O que vi, na prática, é que o A14 acabou sendo levemente mais econômico que o seu irmão da mesma linha em algumas atividades.

A Asus promete uma autonomia de até 32h reproduzindo vídeos localmente no PC e sem Wi-Fi. Em um teste que fiz, consegui reproduzir 12h de vídeos localmente, mas com o Wi-Fi ligado, e a bateria descarregou -48%, ficando numa média de -4% de descarga por hora.

Mas esse foi um teste mais sintético. Na prática, eu também consegui usá-lo na rotina de trabalho sem precisar correr para pegar o carregador. Em várias ocasiões, inclusive, consegui usá-lo de um dia para o outro, fazendo aquele uso mais moderado. Nesses cenários, eu consegui registrar 7h de tela ligada por dia e com uma sobrinha de energia.

Consumo energético do Zenbook A14
Consumo energético do Zenbook A14 foi bem lapidado (Imagem: TecMundo)

Vale a pena?

Venho testando o novo Zenbook A14 há pouco mais de duas semanas e confesso que tenho mais elogios do que críticas. Ele claramente é um notebook da linha Zenbook, trazendo vantagens na construção, teclado e, claro, portabilidade. Como falei, esse é um notebook muito leve — acho que ele é até mais leve que a minha garrafa d’água.

O novo Zenbook A14 chega ao mercado brasileiro pelo valor de R$ 9.999, um preço bem salgado.

A experiência geral que tive com ele foi muito boa. Esse é um notebook muito portátil e que tem uma boa relação de desempenho e autonomia de energia. Mas ele não chega a ser um monstro em desempenho e a sua bateria é muito boa, mas ainda atrás de modelos como o Vivobook S 15 e o Acer Swift 14 AI.

Asus Zenbook A14 com logo
O Asus Zenbook A14 tem mais pontos fortes do que fracos (Imagem: TecMundo)

O principal atrativo dele é muito válido, como eu falei. Esse é um produto muito leve e que não faz feio em quase nada. Mas, com o preço lá em cima, pode ser melhor apostar até no irmão mais robusto, o Zenbook S 14, que pesa só 1,2 kg. Ou, na outra ponta, olhar para o MacBook Air com chip M4, e que pesa quase isso, é outra boa opção.

Gostou do nosso review? Então vale a pena conferir nossa análise completa do elogiado Vivobook S 14, com ótima bateria e tela OLED. Aliás, para mais lançamentos da Asus e outras empresas, fique ligado no site do Tecmundo!



Tecmundo

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