Diante do tarifaço de Trump, vendedores da Amazon Prime estão desistindo do próximo Prime Day. Consultores e varejistas de produtos importados da China ouvidos pela Reuters relatam que as políticas econômicas do presidente dos Estados Unidos inviabilizaram a participação na tradicional liquidação do marketplace.
Os relatos vêm de diversos setores, conforme apurou a agência. Em muitos casos, mesmo quando não há desistência total, os vendedores consideram oferecer descontos bem menos expressivos.
O “tarifaço” passou por várias fases, mas atualmente a situação é severa: foi definida uma tarifa de 10% para importações do mundo inteiro, enquanto produtos vindos da China são taxados em 145% — mais do que o dobro do valor original.
A nova política tornou a comercialização de itens importados “inviável”, segundo o vendedor Steve Green, que comercializa bicicletas de US$ 230 (R$ 1.305, em conversão direta) e skates de US$ 60 (R$ 340) importados da China. Participante do Prime Day desde 2020, ele afirmou que não fará ofertas especiais este ano.
De forma similar, a CEO da marca de bolsas Bogg Bag, Kim Vaccarella, também decidiu não participar do próximo Prime Day. Em vez disso, pretende direcionar o estoque disponível nos Estados Unidos a varejistas menores, com descontos limitados, enquanto realoca sua produção para Camboja e Vietnã.
Prime Day é crucial para a Amazon
O Prime Day é uma das liquidações mais importantes do ano para a Amazon, perdendo apenas para a Black Friday e a Cyber Monday. A participação dos vendedores é opcional, mas a empresa incentiva a adesão com publicidade online direcionada tanto a varejistas quanto a consumidores.
O evento também é um momento estratégico para a Amazon converter usuários em assinantes do Amazon Prime, que oferece benefícios e ofertas exclusivas em vários produtos.
O período de inscrição de vendedores para o Prime Day termina em 23 de maio de 2025 — portanto, ainda restam algumas semanas para adesões.
A Amazon vai sobreviver, mas os vendedores nem tanto
Especialistas ouvidos pela Reuters afirmam que a Amazon sobreviverá ao tarifaço de Trump sem grandes dificuldades, mas o mesmo não pode ser dito dos vendedores do marketplace. “Eles serão os mais prejudicados nesse cenário”, avaliou Arun Sundaram, da CFRA Research.
Ainda assim, a Amazon também poderá sentir impactos. A empresa recolhe 15% do valor de cada produto vendido e ainda fatura com os espaços publicitários contratados para o evento, que custam entre US$ 500 e US$ 1.000.
No último trimestre de 2024, 62% das vendas da Amazon vieram do marketplace — ou seja, de terceiros —, segundo dados da Marketplace Pulse.
Além das tarifas, a velocidade com que as mudanças foram implementadas prejudicou muitos varejistas, relatou o consultor Adam Wilkens. Segundo ele, seus clientes sequer conseguiram pensar no Prime Day, pois ainda tentam se ajustar às novas tarifas.
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Redirecionando…
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