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Que fim levou a Embratel, ex-estatal de telefonia e dona do \”Faz um 21\”?


Entre as companhias responsáveis por serviços de telefonia e internet no Brasil ao longo dos anos, um nome em especial atravessa gerações e sempre com alta importância nesse mercado. É a Empresa Brasileira de Telecomunicações, mais conhecida pelo nome Embratel.

A companhia ficou popular por ser uma das responsáveis por tecnologias importantes e inovadoras no país, da internet comercial às chamadas internacionais. Além disso, marcou época por comerciais icônicos na televisão, com uma atriz em especial até hoje lembrada como garota-propaganda.

Ao longo dos últimos anos, entretanto, ficou cada vez mais raro escutar o nome dessa marca pioneira do mercado nacional. Mas você sabe o que aconteceu com a Embratel depois de tantos anos sendo referência? Acompanhe essa recapitulação do TecMundo.

A fase estatal da Embratel

A Embratel nasce oficialmente dentro do governo brasileiro em 16 de setembro de 1965. Desde o início das operações, ela atua como uma subsidiária da Telebrás, a grande responsável pela rede de telecomunicações no Brasil.

Na prática, a Embratel acabou responsabilizada por serviços de comunicação à distância via telefone, sinais de satélite (inclusive para televisão), troca de dados e telex, que era uma espécie de telégrafo bastante usado no meio corporativo.

A primeira logo da companhia (acima) e a mudança na identidade visual, que modernizou a marca. (Imagem: Divulgação/Embratel)

Um dos principais projetos da Embratel nesse período inclui a instalação em 1967 da Estação Terrena de Comunicações por Satélite — a primeira do Brasil no setor, localizada na cidade de Tanguá-RJ. Ela foi importante para posicionar o país em uma área que ficaria bastante movimentada.

Ela também participou de transmissões históricas de satélite para a TV brasileira, como a chegada do ser humano à Lua, em 1969, e o tricampeonato de futebol pelo Brasil, registrado no ano seguinte. Em 1985, ela cuidou o lançamento do Brasilsat A1, primeiro satélite controlado pelo país e muito usado para expandir o sinal de canais da TV aberta.

A Embratel ficou responsável por oferecer também a Discagem Direta Internacional, mais conhecida pela sigla DDI, que conectava o brasileiro via telefone com pessoas em outros países sob o pagamento de uma tarifa. Antes disso, também já era possível fazer a Discagem Direta à Distância, ou DDD, para números nacionais de outras cidades.

As propagandas bem humoradas da Embratel — com três meninos no papel de cada letra da sigla, responsáveis por “vender” o DDD e o DDI aos clientes — viraram clássicos da TV brasileira.

Na reta final como estatal, a empresa foi também a pioneira no estabelecimento do serviço de internet comercial no Brasil. Os primeiros testes começaram em 1994 por meio de experimentos com 5 mil clientes e, inicialmente, ela teria direito exclusivo ao fornecimento do serviço.

O aviso da chegada oficial da internet comercial ao país. (Imagem: Reprodução/Embratel)

No ano seguinte, outras empresas ganham a possibilidade de ofertar a nova forma de conexão e a rede passa a ser oferecida em cada vez mais regiões do país.

Companhia privada e “Faz um 21”

Uma guinada importante na história acontece em 1998. O presidente Fernando Henrique Cardoso realizou várias privatizações de estatais, incluindo a Embratel. Ela foi adquirida por uma subsidiária do conglomerado norte-americano Verizon chamada MCI World Com.

Nessa nova fase, em 2002 ela adota uma nova logo, já com o “21” incluso como símbolo. Esse era o código da Embratel como operadora para ligações interurbanas, número que também se notabilizou em comerciais. Vários deles tinham como destaque a atriz Ana Paula Arósio, por anos o rosto da companhia na publicidade ao lado do slogan “Faz um 21”.

Em 2004, porém, o consórcio dono da Embratel apresenta dificuldades financeiras e o grupo troca de dono, agora controlado agora pela mexicana Telmex.

Nessa nova fase, ela até adquire uma participação na NET, tradicional empresa de TV a cabo do país, e e adquire a PrymeSys Soluções Empresariais, uma empresa de operação de redes administrativas.

Ao longo dos anos, ela estabeleceu outros serviços como:

  • o pacote Star One de conexão por satélite;
  • o provedor de internet Click21;
  • a TV por assinatura via satélite Via Embratel;
  • o Livre, serviço de telefonia fixa sem fio.

Outro acontecimento importante da Embratel foi registrado em 2011: o lançamento do até então inédito Combo Multi, o primeiro pacote de serviços do mercado brasileiro envolvendo diferentes operadoras segmentos.

O Combo Multi reuniu três companhias e serviços diferentes sob uma assinatura. (Imagem: Divulgação/Claro)

Neste caso, foi estabelecida uma aliança entre Claro, a NET e a Embratel para ofertar telefonia, TV por assinatura e internet. A partir desse ponto, rumores sobre a incorporação dos três nomes em uma só empresa começaram a circular.

O que aconteceu com a Embratel?

A ligação com as parceiras foi intensificada com o passar dos anos até o fim de 2014. Neste ano, a Embratel muda novamente de mãos e é incorporada pela América Móvil, dona da operadora brasileira Claro — que também viria a adquirir a NET anos depois.

Nesse novo grupo, a Embratel se especializou no fornecimento de soluções de telecomunicação para empresas e órgãos do governo, setor em que permaneceu por anos a ponto de ofertar até mesmo serviços de 5G e computação em nuvem.

O capítulo final dessa longa trajetória foi anunciado em 3 de abril de 2025. Nesta data, o grupo anunciou que o nome “Claro Empresas” passa a ser usado no lugar da Embratel, com novas lideranças assumindo a divisão e reforçando o foco no meio corporativo e público.

A alteração teve recepção mista por quem ainda era fã da marca Embratel, mas faz sentido dentro da estratégia atual de unificação do nome Claro — que também foi o adotado nos planos da própria NET e da operadora Nextel.

Quer saber que fim levou a Telefônica, outro nome bastante popular entre as operadoras brasileiras de anos trás? Confira neste especial do TecMundo!



Tecmundo

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