Alimentação adequada é sempre um desafio, pois envolve diversas variáveis, como: disponibilidade, acesso, preferência e até crenças. Nessa complexa relação que temos com os alimentos, a opção pelos tipos de proteína, vegetal ou animal, irá depender desse conjunto de fatores aliados também aos objetivos individuais, como a manutenção dos músculos e a busca por um envelhecimento saudável.
A variedade é sempre a melhor escolha, contudo, alguns estilos de vida necessitam de um maior aporte de proteínas e carboidratos para manutenção da qualidade muscular e a capacidade de tornar essa musculatura hipertrofiada.
Então, para te ajudar nessa escolha, veja algumas informações sobre a influência da proteína vegetal e animal para ganho e manutenção muscular, dentre outros benefícios.
Por que preciso comer proteínas?
Antes de saber se há um tipo melhor de proteína, é importante saber o motivo pelo qual você deve ingeri-la. Então vamos lembrar um pouquinho das aulas de bioquímica e biologia celular.
O corpo humano é composto por um conjunto de 20 aminoácidos, que se unem em cadeias de diferentes tamanhos e produzem as proteínas necessárias para formação e manutenção das estruturas do corpo.
Mas nosso organismo produz apenas 11 dessas moléculas, as outras nove são obtidas através da alimentação. Chamadas de aminoácidos essenciais, a histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina estão presentes nas proteínas que ingerimos, ou deveríamos ingerir, diariamente.
Quando nos alimentamos, os processos metabólicos da digestão irão quebrar os alimentos até que os aminoácidos essenciais estejam disponíveis no organismo para formar as cadeias proteicas. Alguns desses aminoácidos são precursores hormonais, como o triptofano, essencial para a produção de serotonina.
Assim, essa obtenção dos tijolinhos que formarão as proteínas são cruciais para uma série de processos no corpo humano, como produção de anticorpos e hormônios, reparação e formação de estruturas musculoesqueléticas e manutenção da qualidade da pele, unhas, cabelo e da saúde em geral.
É premente que a alimentação seja rica em proteínas para que todos esses processos se mantenham equilibrados e garantam nosso bem-estar, não apenas momentaneamente, mas ao longo da nossa vida, prevenindo agravos conforme nosso processo de envelhecimento avança. Não dá para ser uma forma de vida baseada em jujubas, mesmo você comendo todas as cores.
Mas quem leva a disputa: proteína vegetal ou proteína animal?
Pois bem, esclarecidos do motivo pelo qual viver de carboidratos não é uma boa opção, vamos à disputa central. Qual tipo de proteína escolher para melhorar a musculatura?
Se você já tentou ser vegetariano ou vegano em uma família que pratica a arte do churrasco semanalmente, pode ter ouvido diversas vezes que você morreria desnutrido. Mas isso não é verdade. É sempre bom lembrar que todo alimento é composto por uma gama de outros elementos, como gorduras, fibras e carboidratos que variam em quantidades.
Boa parte dos tipos de proteína animal possuem alta quantidade de gorduras e também é completa nos aminoácidos essenciais. Assim, você teria uma menor demanda na busca por completar as nove figurinhas.
Elas também podem ser mais biodisponíveis. Isso significa que quando você ingere proteína animal, ela chega mais rápido onde deveria, melhorando o processo de síntese proteica. Mas, em contrapartida, elas também são ricas em gorduras, nem sempre “boas”, o que a longo prazo, em uma alimentação desbalanceada, pode gerar problemas de saúde.
A proteína vegetal necessita de diversidade. Ela pode ser carente em algumas vitaminas do complexo B, assim como ter em falta alguns dos aminoácidos. Por isso, é importante comer leguminosas, grãos e sementes em variedade para que todos esses elementos estejam presentes na alimentação.
Ela também pode levar um pouco mais de tempo para estar disponível para utilização na síntese de proteínas, porém, não é um fator alarmante. Vantagens das proteínas vegetais são a riqueza de fibras e o baixo índice de gordura. Esses fatores alimentares são associados a melhor qualidade de vida e longevidade em estudos com diversas populações.
Para construção e manutenção muscular os estudos não são concordantes. Alguns apontam para vantagens do consumo da proteína animal pela oferta mais rápida e ampla de aminoácidos essenciais em um único tipo de alimento.
Enquanto outros ampliam o escopo evidenciando as vantagens da alimentação rica em proteínas vegetais por seus efeitos a longo prazo, que além da qualidade muscular, contribuem para prevenção de outras comorbidades no processo de senescência, como doenças neurodegenerativas, diabetes e doenças cardiovasculares, dentre outras.
Devido à necessidade de variabilidade, o consumo de proteínas vegetais também preconiza uma alimentação mais balanceada e atenta às necessidades nutricionais. Sim, dá um pouco mais de trabalho, porém vale a pena a longo prazo.
A concordância na discordância é de que não há estudos robustos suficientes que garantam vantagem na utilização de uma forma de proteína ou outra, desde que elas estejam nas quantidades indicadas para cada objetivo. A alimentação e o exercício físico são codependentes para obtenção dos resultados desejados, seja para hipertrofia ou para levantar do sofá sem apoio.
Mas atenção, sempre procure por acompanhamento profissional antes de iniciar uma dieta. Ele irá lhe orientar sobre as propriedades e vantagens dos alimentos, garantindo uma alimentação balanceada e segura, sem dietas malucas. A redatora agradece.
Então escolha sua proteína favorita, tome sua água, durma bem e coloque seu corpo em movimento. Tenha uma vida de qualidade!
E se você, ligado ainda na falácia de que carne é a única fonte de proteína, talvez se interesse em saber sobre outras vantagens das proteínas vegetais na prevenção de doenças como o câncer. Se alimente bem, continue acompanhando o TecMundo, nos envie ou nos marquem em algumas receitas em nossas redes sociais e nos vemos na próxima.
Redirecionando…
