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Por que as estações do ano variam de forma tão diferente em outros planetas?


Fenômeno natural em todos os planetas que orbitam estrelas, as mudanças sazonais são variações cíclicas nas condições ambientais desses mundos ao longo do tempo, geralmente um “ano”, que é o tempo que o planeta leva para completar uma volta completa ao redor de sua estrela-mãe.

Essas mudanças, que também ocorrem em planetas anões e luas, são causadas, principalmente, pela inclinação do eixo de rotação do corpo celeste em relação ao plano de sua órbita. Esse eixo não é um elemento real, mas uma linha imaginária que atravessa o objeto de um polo ao outro, em torno do qual ele gira sobre si mesmo.

Conhecemos bem essas mudanças sazonais na Terra, onde são chamadas de estações, e seguem um padrão familiar: à medida que o verão chega no Hemisfério Norte, o inverno se aproxima no Hemisfério Sul, e vice-versa. Isso acontece por causa da inclinação do eixo terrestre (cerca de 23,5°) em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol. Mas, e os outros planetas? 

O que acontece em planetas com pouca ou muita inclinação de eixo?

A vida pode ter surgido na Terra devido à inclinação suave do seu eixo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Uma inclinação de eixo de 23,5° significa que nosso planeta gira “torto” e não em pé (90°) em relação à sua trajetória orbital, o que resulta na alternância das estações ao longo do ano, devido à incidência variada de luz. Com uma inclinação axial de cerca de 25°, Marte tem estações muito parecidas com as da Terra, porém com uma diferença curiosa: os invernos do planeta vermelho são dominados por gelo seco (dióxido de carbono congelado). 

Mas há casos extremos em nosso sistema solar, como Mercúrio, que, além de ser o planeta mais próximo do Sol, possui uma inclinação axial de apena 0,03°, o que significa que lá praticamente não há estações como as conhecemos. No entanto, por ter uma órbita extremamente elíptica (mais alongada), o planeta sofre variações de temperatura que podem chegar a 100 °C.

No extremo oposto do espectro, Urano tem uma inclinação aproximada de 97,77°, que faz com que o planeta gire praticamente “de lado”, como se estivesse rolando em relação ao Sol. Isso resulta em estações intensas: cada polo recebe 42 anos (terrestres) consecutivos de luz solar, seguidos por 42 anos de escuridão contínua, enquanto os invernos mergulham na escuridão absoluta e gelada. 

O que ocorre em Vênus e nos gigantes gasosos?

As alterações sazonais em Júpiter são sutis e perceptíveis apenas nos padrões de nuvens e sistemas de tempestades. (Fonte; Getty Images/Reprodução)

À semelhança de Mercúrio, o nosso vizinho Vênus também apresenta mudanças sazonais quase imperceptíveis. Isso ocorre por um fato curioso: a inclinação axial do “gêmeo da Terra” é de cerca de −177°, porque o planeta gira “de cabeça para baixo” em relação à Terra, e seu movimento é retrógrado em relação ao da maioria dos planetas. Isso resulta em uma temperatura superficial de aproximadamente 462 °C durante toda a sua órbita.

Outro planeta sem estações definidas é Júpiter, o maior do Sistema Solar. Por ser um gigante gasoso com inclinação axial de cerca de 3°, suas alterações sazonais são sutis e perceptíveis apenas nos padrões de nuvens e sistemas de tempestades em sua atmosfera turbulenta.

Os outros dois gigantes gasosos, Saturno e Netuno, possuem inclinações axiais de cerca de 28°, semelhantes à da Terra. Isso faz com que suas estações sejam bem longas e definidas: 7 anos terrestres cada em Saturno e 40 anos terrestres cada em Netuno, o planeta mais distante do Sol. Cientistas acreditam que uma combinação de mudanças sazonais suaves com inclinações axiais estáveis, como as da Terra, possam ser um indicativo da existência de vida. 

O que você achou sobre as diferentes estações do ano em nossos planetas vizinhos? Comente nas suas redes sociais, e compartilhe a matéria com seus amigos e seguidores que gostam de curtir experiência climáticas diferentes. Confira também quais são as temperaturas em todo o Sistema Solar.
 



Tecmundo

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