Embora possamos afirmar às vezes que determinada pessoa é negativa (e muitas vezes é mesmo), na realidade não existem pessoas assim, pelo menos eletricamente. Os seres humanos, assim como a maioria dos objetos macroscópicos, são neutros. Ou seja, cada átomo em nosso corpo tem normalmente o mesmo número de prótons e elétrons, o que resulta em uma carga líquida igual a zero.
Por isso, quando um usuário do Reddit chamado Specre1442 questionou, no subreddit AskPhysics, “O que acontece se um elétron for removido de cada átomo do seu corpo?”, a internet ferveu. É que, ao contrário do que possa parecer inicialmente, retirar um pequeníssimo elétron de cada átomo nosso pode ter consequências físicas extremas.
Além disso, por envolver interferência nas forças fundamentais da natureza, no caso a força eletromagnética, essa ionização caseira poderia ter efeitos catastróficos não só para a pessoa que se submetesse ao processo, mas também para todos ao seu redor. Essa catada de elétrons transformaria seu corpo em um íon positivo gigante, uma espécie de bomba de repulsão eletrostática.
O que significa um grande desequilíbrio de carga elétrica?
Para entendermos o que acontece quando há um desequilíbrio de carga elétrica, basta lembrar de uma sensação incômoda pela qual muitos de nós passamos ao tocar uma maçaneta de metal depois de andar sobre um carpete. É que o atrito entre os pés e o protetor de piso faz com que o corpo acumule carga estática, ou seja, ganhe ou perca elétrons. O resultado quando encostamos em algo condutor, como uma maçaneta, é um choque irritante.
Se teorizarmos o que aconteceria caso cada átomo do nosso corpo perdesse um elétron, vale lembrar que somos formados por cerca de 7 × 10²⁷ átomos (ou um 7 seguido de 27 zeros). Isso geraria uma carga positiva imensa, completamente fora da escala do que conhecemos no dia a dia. E não é preciso ser nenhum PhD para imaginar que esses trilhões de átomos corporais em fuga despedaçariam o corpo instantaneamente.
Segundo o redditor Last-Form-5871, a energia eletrostática liberada ao remover um elétron de cada átomo do corpo humano seria “colossal”, algo entre 10¹⁷ e 10²⁰ joules. Para comparação, a Bomba do Czar, de 1961, liberou cerca de 2 × 10¹⁷ joules. Ou seja, uma pessoa sozinha poderia liberar mais energia que a maior bomba nuclear já detonada, vaporizando-se junto com sua cidade inteira.
Consequências da retirada de elétrons de átomos no Universo
O principal problema da remoção de um elétron de cada átomo do corpo não é só o desequilíbrio de carga em si, mas a escala do efeito. Aquelas unidades fundamentais que se mantinham juntas por força sutis passam, abruptamente, a se repelir com violência extrema. Sob essas condições, não há tecido, osso ou estrutura molecular que resista: o corpo se torna um caos atômico, explodindo de dentro para fora.
Embora a ionização aconteça o tempo todo no espaço, lá essa separação ocorre por forças extremas como a radiação solar (vento solar e raios ultravioleta), altas temperaturas no meio interestelar e ondas de choque ocorridas em supernovas, ventos estelares ou acréscimos em buracos negros. O resultado são nebulosas coloridas, como a de Órion, e auroras na Terra.
A boa notícia é que esse tipo de ionização é fisicamente inviável em nossos corpos malhados, com a tecnologia atual. Remover seletivamente trilhões de elétrons de átomos organizados, de maneira simultânea e precisa, é algo que nenhuma fonte de energia ou dispositivo terrestre consegue fazer, pelo menos por enquanto. De qualquer forma, fica a dica: ser uma pessoa totalmente positiva pode não ser uma boa ideia em certos contextos.
O que você achou desse tópico do Reddit sobre as consequências de reduzir as forças negativas (elétricas) no corpo humano? Comente nas redes sociais e aproveite para compartilhar este artigo. Veja também como os elétrons no limite podem oferecer “energia perfeita”.
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