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Micromobilidade elétrica e a convivência urbana: um desafio que aponta para o futuro


Por Bruno Affonso*

Os recentes debates sobre o uso inadequado de patinetes elétricos, com casos de circulação irregular e acidentes,  trouxeram à tona uma discussão importante: como integrar, de forma segura e eficiente, os novos modais à rotina das cidades?

Patinetes, bicicletas e outros veículos leves elétricos não são apenas uma alternativa moderna, eles já fazem parte do dia a dia de milhares de pessoas que buscam se deslocar com mais agilidade, economia e menor impacto ambiental. Em vez de ignorar os desafios que esse novo cenário impõe, é preciso enxergá-los como parte natural de um processo de transformação que ainda está em andamento — e que pede ajustes, não retrocessos.

As grandes cidades estão cada vez mais pressionadas por congestionamentos, emissões e um sistema de transporte muitas vezes sobrecarregado. A micromobilidade surge como uma aliada para ampliar o leque de opções, principalmente em trajetos curtos. Em muitas capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, já é possível, por exemplo, levar a bicicleta elétrica dentro do metrô em horários específicos — um avanço importante na integração entre diferentes formas de transporte.

Para que esse modelo funcione bem, no entanto, ele precisa ser acompanhado de um esforço coletivo. Políticas públicas claras, fiscalização eficiente, campanhas educativas e, sobretudo, infraestrutura adequada são pilares indispensáveis para promover uma convivência mais harmônica entre carros, pedestres, ciclistas e usuários de outros veículos.

A diversidade de modais nas ruas é um reflexo da mudança no comportamento das pessoas. Há uma nova geração de usuários urbanos em busca de soluções mais práticas, sustentáveis e acessíveis. A mobilidade elétrica responde a esse desejo e, com o devido cuidado, pode contribuir para cidades mais fluidas e menos poluídas.

É natural que esse processo traga ruídos no início. Mas eles não devem ser vistos como falhas do modelo em si, e sim como sinais de que ainda há um caminho de amadurecimento a ser percorrido. Adaptar-se a essa nova realidade é uma responsabilidade compartilhada  e um passo necessário rumo a um futuro mais inteligente e conectado com as necessidades reais da população urbana.

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*Bruno Affonso é diretor e cofundador da Lev, empresa líder no segmento de bicicletas elétricas no Brasil.



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