Uma foto impressionante capturada por equipes da NASA conseguiu flagrar ondas de choque ao redor do avião XB-1 com o Sol ao fundo, durante o seu segundo voo de teste supersônico, realizado no início de fevereiro nos Estados Unidos. No experimento, também foi coletada a assinatura acústica da aeronave na área da rota de voo.
Para visualizar as ondas de choque resultantes da quebra da barreira do som, especialistas da agência espacial americana utilizaram uma técnica conhecida como “fotografia de Schlieren”. Desenvolvido no século XIX pelo físico alemão August Toepler, este truque permite visualizar o fluxo de gases invisíveis.
O método que deixa o ar visível é amplamente utilizado na engenharia aeronáutica, pois facilita o estudo do movimento supersônico. Com ele, é possível registrar a luz se curvando em torno das diferenças na pressão do ar em voos que superam a velocidade do som — no experimento, o jato quebrou a barreira do som três vezes.
“Esta imagem torna o invisível visível — o primeiro jato supersônico civil fabricado nos Estados Unidos quebrando a barreira do som. Graças ao voo excepcional de ‘Geppetto’ e à nossa parceria com a NASA, conseguimos capturar essa imagem icônica”, comemorou o CEO da Boom Supersonic, Blake Scholl. A empresa é a fabricante do avião XB-1.
Como a foto das ondas de choque foi tirada?

Usar a fotografia de Schlieren exige condições ideais e um timing perfeito para o registro das ondas de choque, além de um voo em condições específicas. Para tanto, a empresa utilizou um software para guiar o piloto, Tristan “Geppetto” Brandenburg, durante os testes no deserto de Mojave, na Califórnia.
Seguindo as orientações do programa, o piloto posicionou o XB-1 no local exato para o clique perfeito, permitindo que a foto incluísse a aeronave voando na frente do Sol. Além disso, a NASA utilizou telescópios terrestres equipados com filtros especiais para registrar o momento exato em que ocorriam as distorções do ar.
Dessa forma, foi possível fotografar as mudanças na densidade do ar ao redor da estrutura do avião quando ele atingiu velocidades superiores a Mach 1, como mostrado na imagem no início deste texto. Os testes e o registro da foto ocorreram no dia 10 de fevereiro.
Este experimento foi o último do XB-1 e de grande importância para a Boom. A empresa vai usar todas as informações coletadas neste e no primeiro voo para a construção do avião supersônico Overture, que será produzido na fábrica de Greensboro, na Carolina do Norte.
Voos supersônicos “silenciosos”

O estrondo sônico gerado quando o avião ultrapassa a barreira do som pode ser tão forte que chega a quebrar janelas, em determinadas situações, causando incômodos nas pessoas em solo. Por conta disso, os voos supersônicos sobre áreas povoadas são proibidos nos EUA.
Mas de acordo com a Boom, este modelo não produz ondas de choque que geram problemas. Usando microfones e dispositivos de gravação do nível de pressão sonora em áreas estratégicas na trajetória do voo para registrar o áudio, a emprega revelou que nenhum estrondo sônico audível do XB-1 chegou ao solo enquanto ele voava em Mach 1.
Segundo a companhia, o efeito refrata na atmosfera e não chega ao solo quando a barreira do som é quebrada em uma “altitude alta o suficiente”, o que depende de velocidades exatas e das condições atmosféricas.
Com isso, a empresa planeja oferecer voos supersônicos “silenciosos” de uma costa à outra dos EUA com redução de 50% no tempo de duração. A Boom afirma ter 130 aeronaves Overture encomendadas por American Airlines, United Airlines e Japan Airlines até o momento.
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Redirecionando…
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