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Estudante descobre por acaso fóssil de gema rara com 300 milhões de anos


A descoberta casual de um fóssil raro e significativo por um estudante de geologia da Rogers State University (RSU), nos EUA, está chamando a atenção da comunidade paleontológica e de colecionadores de fósseis ao redor do mundo. Trata-se de uma Amonita — molusco marinho extinto há 66 milhões de anos —, porém com cores vibrantes semelhantes às de uma pedra preciosa.

Segundo o professor da RSU,dr. Chris Shelton, pouco antes das férias de primavera, ele levou seu aluno Kolby Dooling a um sítio paleontológico onde havia detectado fósseis de amonita. “Mas, dessa vez, Kolby me trouxe um pedaço iridescente muito grande. Ficou claro que ele havia descoberto algo extraordinário com este fóssil de Amonita”, conta ele em um comunicado de imprensa.

Embora os fósseis de amonita sejam relativamente comuns (esses cefalópodes são antepassados das lulas modernas), quando sua concha, composta pelo carbonato de cálcio aragonita, é preservado sob condições geológicas específicas. Nesses casos, a compactação, mineralização e ausência de oxigênio evitam a decomposição e permitem a preservação das camadas coloridas. A gema orgânica rara é então chamada de amolita.

O que é uma gema preciosa orgânica?

A amolita é formada a partir de conchas fossilizadas de amonitas. (Fonte: Rogers State Univesity/Divulgação)

No site da RSU, o Dr. Shelton explica que a singularidade da amolita se deve à sua classificação como gema biológica, ou seja, formada a partir de um organismo vivo, no caso um animal marinho. O fóssil, explica o paleontólogo, é do Período Carbonífero, uma divisão da escala geológica da era Paleozoica, entre 359 a 299 milhões de anos atrás, um tempo marcada por florestas exuberantes, mas ainda sem dinossauros

Em vez de se formarem por processos puramente geológicos, como os diamantes ou as safiras, as amolitas têm origem orgânica, assim como o âmbar (resina de árvore) e a pérola (produzida por ostras). Além de ressaltar a origem marinha, a comparação com a pérola remete à sua composição de aragonita, um mineral também presente na concha das ostras.

O brilho colorido da amolita tem origem na estrutura microscópica da aragonita fossilizada, que interage com a luz e cria um efeito iridescente (parecido com um arco-íris). Só que, nesse caso, as cores não vêm de pigmentos, mas da forma como a luz se dispersa nas camadas finíssimas do fóssil, o mesmo efeito observado nas asas de borboletas ou nas penas de pavão.

Quais as consequências da descoberta desse fóssil?

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Se as descobertas forem confirmadas, o sítio paleontológico receberá a classificação de Fossil Lagerstätte. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Após a descoberta Shelton e Dooling preferiram manter o sítio fóssil em segredo, mas voltaram ao local, onde coletaram diversos espécimes, entre os quais restos de tubarão e invertebrados únicos. Eles planejam realizar mais expedições e testes analíticos para confirmar suas hipóteses. Enquanto isso, preparam um artigo científico, em parceria com o Dr. E. Troy Raspbury, da Stoney Brook University, de Nova York.

Se a descoberta for confirmada pela comunidade científica, receberá o conceito de Fossil Lagerstätte, uma classificação especial em paleontologia que se refere a depósitos sedimentares que apresentam preservação fóssil extraordinária ou excepcionalmente completa. Por enquanto, só existe um Lagerstätte com aragonita original da mesma idade: o Buckhorn Asphalt Lagerstätte, também em Oklahoma.

Por isso, Shelton pretende submeter o artigo sobre a descoberta ainda neste ano. Mas ressalta: “É importante que Kolby também receba crédito por me ajudar a fazer isso, e é sempre bom para mim levar os alunos para fora da sala de aula e para o campo, da teoria à prática, para que encontrem fósseis por si próprios e possam desvendar seu próprio pedaço da história”.

Gostou de saber que gemas preciosas podem ter origem orgânica? Comente nas redes sociais e aproveite para compartilhar esta matéria. Para saber mais sobre o assunto, conheça quatro joias raras com histórias bastante controversas.



Tecmundo

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