Quem nunca passou uma tarde em casa e se pegou assistindo a um clássico da Sessão da Tarde? De comédias que arrancam risadas fáceis a aventuras cheias de nostalgia, a faixa de filmes da TV Globo acompanha gerações desde 1974. Mas, ao contrário do que muita gente imagina, a escolha dos filmes que vão ao ar nessa sessão não é feita de forma aleatória — há um trabalho de bastidores bem mais elaborado por trás dessas exibições. Processo que foi revelado pela Globo em uma matéria especial recentemente no G1.
Tudo começa com o catálogo de filmes que a Globo mantém. Esse acervo é constantemente atualizado com títulos que a emissora adquire, e cada filme é classificado com etiquetas que identificam seu gênero, temas centrais e até o clima da história. Isso ajuda a equipe responsável a organizar o conteúdo de forma estratégica.
Com esse material em mãos, o time de programação se reúne anualmente para fazer o planejamento macro do ano seguinte. Nessa fase, são selecionados cerca de 300 filmes que vão compor a base da Sessão da Tarde. O objetivo é garantir variedade e equilíbrio entre comédias, dramas leves, romances, aventuras e histórias familiares.
Filmes da Sessão da Tarde são baseados em dados
Mas o trabalho não para por aí. A cada trimestre, essa programação é revisada com base em três fatores principais: dados de audiência, pesquisas com o público e o contexto atual do noticiário. Por exemplo, se o clima do país estiver mais tenso, com notícias mais pesadas no ar, a ideia é evitar filmes que tragam temáticas tristes ou violentas. Nessas horas, entram em cena histórias leves, engraçadas ou inspiradoras — do jeitinho que o público da tarde gosta.
Além disso, a curadoria também considera datas comemorativas e estações do ano. Durante o verão, por exemplo, filmes com paisagens praianas ou roteiros mais “descolados” ganham espaço. No período próximo ao Dia das Crianças ou às férias escolares, animações e aventuras infantojuvenis tendem a aparecer com mais frequência.
Outro detalhe curioso é que nenhum filme pode ser reprisado em menos de seis meses. Isso ajuda a manter a grade mais fresca e evita que o público tenha aquela sensação de déjà vu toda semana. Mesmo os clássicos queridinhos, como As Branquelas ou Matilda, precisam esperar seu tempo para voltar à tela.
Por fim, todas essas escolhas, apesar de guiadas por algoritmos e estatísticas, ainda passam pelas mãos de uma equipe de curadores. São pessoas que conhecem bem o gosto do público e têm sensibilidade para montar uma programação que funcione não só nos números, mas também no coração de quem assiste.
A Sessão da Tarde é mais do que uma seleção de filmes: é um pedaço da memória afetiva do brasileiro. E é justamente esse cuidado com o conteúdo que faz com que, mesmo depois de tantas décadas, ela continue sendo uma companhia querida nas tardes da TV aberta.
Redirecionando…
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