Em um show histórico, a cantora Lady Gaga se apresentou em Copacabana na noite de sábado (03) para uma audiência de mais de 2 milhões de pessoas. Repleta de diversidade e hits musicais consagrados, a apresentação se tornou uma das maiores da carreira da artista, mas poderia ter sido palco de uma grande tragédia: um atentado envolvendo bombas estava sendo planejado com foco no concerto gratuito.
Para quem estava no show e também para quem acompanhou online, a ameaça terrorista pode ter passado despercebida. No entanto, uma grande operação de bastidores foi realizada pela prefeitura do Rio de Janeiro para conter a ameaça de caráter ideológico, que mirava em minorias presentes no show da artista.
Conheça a operação Fake Monster
A operação, batizada de Fake Monster — em referência aos fãs da cantora, conhecidos como “little monsters” — identificou um grupo extremista que pregava ódio contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+. Segundo as investigações, o plano era articulado como um “desafio” nas redes sociais e previa o uso de coquetéis molotov e outros explosivos improvisados para bombardear o local.
Além da grande aglomeração de pessoas, o show da Lady Gaga foi escolhido como alvo justamente pelo seu público. Classificado pelas autoridades como uma ação de caráter ideológico, o ataque mirava o show da cantora por ela apoiar causas LGBTQIA+ e ter um público jovem.
A operação correu de maneira silenciosa e sem alarde, visando conter a ameaça e evitar repercussões para garantir a segurança dos presentes no show. “Sem criar qualquer tipo de pânico, qualquer tipo de alarde, prendemos os dois principais líderes dessa organização criminosa, esses terroristas”, afirmou o delegado Felipe Curi, secretário de Polícia Civil, ao G1.
Quem estava por trás da tentativa de ataque terrorista?
A polícia prendeu dois dos principais articuladores do atentado: um homem no Rio Grande do Sul, detido por porte ilegal de arma (e posteriormente liberado após fiança), e um adolescente no Rio, apreendido por armazenar imagens de exploração sexual infantil. Ambos eram considerados líderes da célula que preparava os ataques.
Ao todo, nove pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. A ação contou com o envolvimento de delegacias especializadas, como a DCAV, a DRCI e o Ciberlab do Ministério da Justiça.
Em Macaé, no Norte Fluminense, um dos alvos da operação foi identificado como possível autor de um ataque ainda mais bárbaro: ele planejava cometer um assassinato durante o show como parte de um suposto “ritual satanista”, em resposta ao que ele alegava ser “práticas ocultas” promovidas por Lady Gaga. Ele não foi preso, mas responderá por terrorismo e induzimento ao crime.
Grupos usavam redes para radicalizar jovens
Segundo os investigadores, o grupo atuava nas redes sociais com foco em adolescentes, espalhando mensagens violentas, incentivando automutilação e promovendo conteúdos de pedofilia. “Esses grupos têm metas para alcançar notoriedade e arregimentar mais participantes, a maioria adolescentes, muitas crianças”, alertou o delegado Luiz Lima, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
A polícia destacou que, graças à legislação antiterrorismo, foi possível agir preventivamente. “Você não precisa esperar ele jogar o coquetel molotov. Ele demonstrou intenção, articulação com outras pessoas, e o ato preparatório já é considerado crime”, explicou o delegado Carlos Oliveira.
Show histórico
Graças à operação, o show seguiu conforme o planejado e foi um dos maiores já realizados no Brasil. Lady Gaga emocionou o público com discursos de amor e empatia, incluindo uma homenagem à comunidade LGBTQIA+. A cantora agradeceu aos fãs por “esperarem tanto tempo” e prometeu fazer da noite uma experiência inesquecível.
Segundo a Riotur, 2,1 milhões de pessoas estiveram presentes no evento, superando os 1,6 milhão que assistiram ao show de Madonna em 2024. Com clima favorável e clima de celebração, o espetáculo entrou para a história — não apenas pelo tamanho e emoção, mas por ter sido palco de uma vitória silenciosa contra o terror.
Documentário mostra perigos de grupos extremistas online
A ação realizada pela polícia do Rio de Janeiro para impedir a execução do ataque terrorista mostra como grupos que se organizam online podem ser perigosos. Aqui no TecMundo, a nossa equipe realizou o documentário Realidade Violada, que mostra a atuação de predadores sexuais e a ação policial para pará-los.
O documentário completo, que traz entrevistas e relatos sobre operações policiais, pode ser assistido acima, gratuitamente. Além do capítulo focado em predadores sexuais, a série Realidade Violada também possui outros dois filmes voltados para segurança online: Débito ou Crédito e Central do Crime.
Redirecionando…
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