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Bunkers são realmente a prova de explosões nucleares? A ciência responde


Os primeiros abrigos contra explosões nucleares, também conhecidos como bunkers, começaram a ser construídos após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. O intuito é justamente criar uma construção à prova de explosões nucleares e dos efeitos da radiação.

Durante a Guerra Fria, entre a década de 1950 e 1960, o medo de um conflito nuclear entre Estados Unidos e União Soviética popularizou ainda mais a construção desse tipo de estrutura subterrânea.

Por exemplo, cidades como Zurique, na Suíça, possuem uma política de proteção da população que garante que os residentes tenham bunkers. Inclusive, isso é uma política atual para proteger a população em caso de guerras nucleares, desastres naturais ou outras emergências.

Apesar de também oferecer proteção em algumas catástrofes naturais, os abrigos subterrâneos são projetados principalmente para resistir a ataques nucleares. Além da explosão em si, esses abrigos antiaéreos precisam proteger os ocupantes contra o calor extremo e a radiação resultantes da detonação.

Mas será que todo bunker é realmente à prova de explosão nuclear? A resposta simples é: depende. 

Um abrigo antiaéreo precisa ser construído com uma estrutura específica e seguir normas técnicas rigorosas. Por isso, dependendo do tipo e da qualidade do abrigo subterrâneo, ele pode não oferecer proteção adequada contra uma detonação nuclear.

“A radiação térmica é tão intensa que praticamente tudo próximo ao epicentro é vaporizado. O calor extremo provoca queimaduras graves e incendeia uma grande área, formando uma gigantesca tempestade de fogo. Mesmo pessoas em abrigos subterrâneos correm alto risco de morte por falta de oxigênio e envenenamento por monóxido de carbono”, é descrito no site da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN).

Bunkers são a prova de explosões nucleares?

Em mensagem ao site Live Science, o professor de ciência da saúde ambiental Norman Kleiman, que também dirige um curso sobre segurança em radiação, explica que a proteção oferecida por um abrigo subterrâneo depende de diversos fatores.

Entre eles, estão a potência da bomba e a localização do abrigo. Por exemplo, se a explosão ocorrer a apenas quatro quilômetros de distância, o bunker dificilmente fará diferença, já que tudo ao redor será completamente destruído — uma ogiva de um megaton poderia causar danos em até cinco quilômetros de distância.

A fotografia apresenta um antigo bunker soviético em Sebastopol, na Ucrânia. (Fonte: Getty Images)

Nas explosões de Hiroshima e Nagasaki, o raio de destruição foi de aproximadamente 1,6 quilômetro. Assim, uma pessoa em um bunker perfeito construído a cerca de quatro quilômetros do epicentro talvez estaria protegida, mas os efeitos restantes ainda poderiam impedir sua sobrevivência.

Contudo, as bombas atuais são desenvolvidas com base na fusão de hidrogênio e provocam explosões termonucleares que podem atingir dezenas de quilômetros. Nesse cenário, se você estiver em um abrigo a apenas quatro quilômetros de distância do ponto de detonação, o abrigo subterrâneo seria provavelmente evaporado.

Principais características de um bunker funcional:

  • Qualidade dos materiais de construção: o bunker deve ser feito com concreto reforçado e aço resistente, capazes de suportar ondas de choque e radiação;
  • Localização e profundidade do abrigo: quanto mais profundo e fora das cidades grandes, maior a proteção;
  • Arquitetura: corredores com arquitetura zigue-zague ajudam a bloquear a entrada direta da radiação e funcionam como uma barreira adicional;
  • Paredes espessas: é recomendado o uso de paredes de concreto, aço e chumbo com espessura entre 0,9 e 1,5 metro, a fim de garantir isolamento estrutural, térmico e proteção contra radiação;
  • Estoque de suprimentos: alimentos, água potável e medicamentos suficientes para manter a sobrevivência por pelo menos uma semana — em casos de radiação intensa, esse tempo pode ser insuficiente;
  • Sistema de ventilação: essencial para garantir o fluxo de ar limpo e filtrado, livre de partículas radioativas, poeira ou gases tóxicos.

De qualquer forma, é importante reforçar que a proteção oferecida por um bunker depende de fatores que estão fora do controle. Ou seja, se você estiver no lugar errado ou se a bomba nuclear for extremamente poderosa, o abrigo subterrâneo pode não ser suficiente para garantir a sua segurança.

Mesmo com o avanço da tecnologia, nem todos os países podem desenvolver armas nucleares. Inclusive, o governo brasileiro é um dos que não possui esse tipo de armamento. Quer saber mais? Entenda por que o Brasil não pode ter armas nucleares. Até a próxima!



Tecmundo

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