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Venda seu peixe online: Dev com o jogo brasileiro mais desejado da Steam dá dica para novatos


A Gamescom Latam aconteceu no começo de maio e teve números recordes de público, com um crescimento de 30% nos visitantes em relação ao ano anterior. Com mais de 40 publishers e 130 mil visitantes, um crescimento anual de 30%, o evento também é um ponto de interesse para desenvolvedores, que podem fazer contatos dentro do evento e apresentar seus jogos para o público.

Porém, a edição deste ano do antigo BIG Festival foi marcada por polêmicas nos bastidores. Desenvolvedores que participaram da feira relataram descaso da organização com criadores brasileiros, além de falta de apoio financeiro até mesmo para palestrantes.

Fundadora do estúdio Pixel Punk, Tiani Pixel trabalha em Unsighted e no aguardado Abyss X Zero — atualmente o jogo brasileiro mais desejado na Steam — e foi uma das vozes críticas ao modelo atual dos grandes eventos. Para ela, a relação entre organização e desenvolvedor precisa ser revista. “Eles deveriam tratar os desenvolvedores que vão expor e palestrar como trabalhadores. Pagar pelo tempo que estão ali criando atrações para o evento. Eles não estão fazendo um favor para nós, somos nós que criamos as atrações que são mostradas no evento.”

A desenvolvedora destacou ainda que esse tipo de prática, onde criadores trabalham gratuitamente para grandes marcas, é recorrente. “O método de ‘tem quem queira trabalhar de graça’ é comum em eventos milionários. Logo, urge a necessidade de uma regulamentação para proibir esse tipo de prática que gera todo tipo de abuso trabalhista.”

Desenvolvedora dá dica para novatos: participe de eventos pequenos e aposte no online

Tiani aponta que até eventos pequenos, feitos por faculdades e sem cobrança de ingresso, conseguem oferecer melhores condições. Com isso, essas feiras de pequeno porte podem ser uma boa pedida para devs em busca de primeiras experiências. 

Para quem está começando na indústria, a recomendação dela é clara: construir sua comunidade diretamente, pela internet e por meio de eventos locais. “Eventos menores são muito mais úteis para construir comunidades apaixonadas, as pessoas não te enxergam com ‘dó’ como às vezes acontece em eventos que colocam indies ao lado de AAA.”

“Eventos menores são muito mais úteis para construir comunidades apaixonadas.”

Segundo Tiani, até mesmo os contatos com publishers internacionais podem ser feitos de forma independente na internet. “Já fechei diversos negócios com publishers internacionais, first parties como Microsoft, Nintendo e Sony, sem nunca pagar um ingresso ‘business’. Se você souber vender seu peixe online, mandar e-mails e encontrar essas pessoas nas redes sociais, você consegue fazer tudo por conta própria.”

Como alternativa aos grandes eventos, a desenvolvedora sugere uma mudança de foco por parte da comunidade. “Se os eventos não melhorarem as condições, acho que o ideal é os desenvolvedores pivotarem para eventos independentes e locais, que valorizem o nosso trabalho. Com mais desenvolvedores fazendo isso, principalmente os que possuem jogos de destaque, podemos mudar como a mídia enxerga a importância desses eventos.”

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Festival Jogatório de 2024. Imagem: Fernanda Dias/X.

Um exemplo citado por Tiani foi a estreia da demo de Abyss X Zero no Festival Jogatório, em vez da Gamescom. “Foi a melhor coisa que fizemos. Tivemos filas de mais de 2 horas para jogar o jogo e um público extremamente apaixonado. E fomos super bem tratadas pelo evento, coisa que nunca aconteceu com os convites da Gamescom.”

Conheça os jogos da Pixel Punk

Além de levantar discussões importantes sobre o mercado de eventos, Tiani Pixel também segue ativa no desenvolvimento de jogos autorais. Seu próximo lançamento, Abyss X Zero, é um estiloso Metroidvania 3D com visual low poly expressivo, criado em parceria com Fernanda Dias no estúdio independente Studio Pixel Punk. O projeto já figura como o jogo brasileiro não lançado mais desejado da Steam, mostrando a força da comunidade que Tiani ajudou a construir.

Em Abyss X Zero, o jogador explora um mundo vasto com dungeons cuidadosamente desenhadas e combates estilizados. A história gira em torno de Codename A e Codename Z, figuras lendárias destinadas a se enfrentar. Cada um possui habilidades únicas, que não só influenciam o estilo de combate, mas também a maneira como o jogador interage com o ambiente. Mais detalhes estão disponíveis na página da Steam do projeto.

Antes de Abyss X Zero, o estúdio Pixel Punk já havia conquistado o público e a crítica com Unsighted, lançado em 2021. O jogo coloca o jogador no papel de Alma, uma Autômata que acorda em um mundo devastado após uma guerra contra os humanos. Além de estar disponível na Steam, o game também possui versões para PlayStation, Xbox e Switch.



Tecmundo

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