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Como o sabão nos mantém limpos há milênios? É tudo uma questão de química!


Um dos produtos mais essenciais que usamos rotineiramente, o sabão representa, por trás de sua aparente simplicidade, uma das tecnologias mais importantes da humanidade. Invenção cuja origem se perdeu na história, a técnica rudimentar envolve uma química surpreendentemente sofisticada. 

Entre as lendas sobre a descoberta do sabão, uma das mais conhecidas vem do Monte Sapo, perto de Roma. Segundo esse mito, a água da chuva carregou uma mistura de gordura animal de sacrifícios e cinzas de madeira dos rituais montanha abaixo. A mistureba formou uma substância que as lavadeiras locais notaram ter propriedades fantásticas de limpeza. Daí veio o termo “saponificação”, nome do processo químico básico da fabricação de sabão.

  • Saiba mais: A curiosa e fétida origem do sabão

Segundo a arqueologia, há indícios de que os sumérios já produziam uma substância semelhante ao sabão por volta de 2800 a.C. Há evidências de que eles misturavam cinzas vegetais (ricas em carbonato de potássio) com gorduras animais, criando assim uma pasta rústica com propriedades de limpeza. No antigo Egito, papiros datados de 1500 a.C. confirmam essas misturas de óleos vegetais com sais alcalinos para produzir sabão.

Como o sabão nos mantém limpos? A química do sabão

Moléculas de sabão capturando sujeita. (Fonte: Science Photo Library/Divulgação)

O motivo pelo qual o sabão mantém (quase) todos nós limpos é sua notável estrutura molecular e a famosa relação entre água e óleo. Há algumas moléculas, chamadas hidrofílicas, que são atraídas pela água e se dissolvem nela. Mas existem também as moléculas hidrofóbicas (como as de óleos e gorduras) que repelem água e não se misturam nela.

Isso significa que, quando lavamos as mãos só com água, eliminamos apenas os resíduos hidrofílicos, deixando para trás as substâncias oleosas. É aqui que a estrutura única da molécula do sabão entra em cena: parecida com um girino, ela tem uma cabeça redonda que “ama água” (hidrofílica), mas uma cauda longa que teme água (hidrofóbica)

É nesta dualidade que nascem as propriedades escorregadias do sabão, e também o seu poder de limpeza. Porque, diferentemente da água sozinha, o sabão consegue interagir com as substâncias oleosas, criando uma espécie de ponte entre mundos moleculares diferentes, que geralmente não se comunicam. 

O processo microscópico da limpeza

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As estruturas do sabão formam bolhas (micelas) que capturam a sujeira. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A sujeira que se acumula em nossas mãos todos os dias é molecularmente diversa. Tanto contém elementos hidrofílicos (como poeira e células mortas), quanto hidrofóbicos (óleos naturais). Quando apenas enxaguamos as mãos, removemos só os componentes hidrofílicos, mas os resíduos oleosos permanecem. Mas essa natureza dupla do sabão consegue capturar os dois tipos de sujeira, proporcionando uma limpeza completa.  

Ao lavarmos as mãos com sabão, desencadeamos um fenômeno microscópico fascinante. As moléculas de sabão formam “estruturas micelares”, ou bolhas que capturam a sujeira. Voltadas para foras, as cabeças hidrofílicas interagem com a água, enquanto as caudas hidrofóbicas apontam para dentro, e envolvem as partículas oleosas. Para máxima eficácia, o ideal é esfregar as mãos por 20 segundos, para que as micelas removam todos os resíduos.

Os benefícios vão além da limpeza: como nossos corpos abrigam inúmeros microrganismos, alguns deles podem causar doenças e mau cheiro, resultante da decomposição de moléculas orgânicas por bactérias. Esses microrganismos indesejáveis são protegidos por membranas celulares, mas o sabão consegue rompê-las, e destruir, tanto os resíduos desses bichinhos ameaçadores, quanto aquele “cheirinho” desagradável de gente sem banho. 

Gostou de descobrir que, quando lavamos nossas mãos, estamos participando de um ritual de higiene e também da aplicação prática de princípios químicos milenares? Comente nas redes sociais e compartilhe a matéria entre seus amigos que gostam de tomar banho. Aproveite para curtir as delicadas esculturas em sabonetes de Tomoko Sato.



Tecmundo

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